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Centro Cultural de Araras

“A locomotiva com a fornalha apagada parecia um escombro, imenso e triste, inerte para sempre.o silêncio do trem parado, os pardais ciscando os paus de lenha no vagonete e umas pombas cagando na lateral de um vagão davam a impressão de que o trem fazia parte da paisagem e nunca mais sairia dali. ........ Araras ficou quase uma semana sem trem, sem ouvir o último ruído do tempo.Quando o dia ia terminando, às quatro e meia apitava a Nestlé. Às cinco apitava a Torque.Às seis, os sinos do campanário da matriz marcavam a hora da ave-maria. Cinco para as sete saía pelas janelas das casas o som do clarim do prefixo do repórter Esso. Às sete, na abertura da hora do Brasil, os rádios tocavam “O Guarani”, de Carlos Gomes. Às nove e quarenta apitava o trem que vinha de São Paulo. E então Araras se recolhia.”
O menino do triângulo , José Carlos Victorello.



O Conceito do Centro


O objetivo principal do Centro Cultural de Araras é o atendimento ao público jovem, particularmente na faixa de 11 a 18 anos de idade, que representa o contingente mais vulnerável aos riscos sociais contemporâneos.


Para tanto, o Centro dispõe de instalações, equipamentos e pessoal qualificado para proporcionar a esse público, atividades artísticas e culturais complementares àquelas oferecidas pela rede escolar.


Nesse contexto, os ambientes, fechados ou abertos, são eficientes e estimulantes. A implantação do Centro, no local onde se encontram as edificações remanescentes da histórica Estação Ferroviária da cidade, representa uma oportunidade fecunda para o desenvolvimento de soluções próprias a um programa que busca cativar o jovem pela curiosidade intelectual e por sua natural sensibilidade.


Atenção especial foi dedicada aos espaços abertos, tanto do ponto de vista da qualidade cênica, quanto da qualidade ambiental.
O Cenário.

Os tempos mudaram, a estação que já representou o progresso, o dinamismo e a tecnologia de sua época, agora é meramente relíquia.
Aprazíveis aos mais experientes, nas relíquias, sejam edificações ou objetos do passado, pode-se reconhecer valores, apreciar seu desenvolvimento através do tempo com lembranças, momentos específicos ou situações atuais em seu formato embrionário.



Para o jovem em geral, desprovido do envolvimento e do conhecimento necessários para a plena compreensão destes contextos, o antigo pode erroneamente ser encarado como retrógrado, fora de tendência.
A estação uma vez revitalizada pode proporcionar ao jovem essa experiência de convivência entre o novo e o antigo.



O projeto visa estabelecer com uma linguagem clara a diferença entre o novo e o antigo, sem produzir falso histórico. As partes das edificações que forem restauradas deverão ser feitas de forma a manter o aspecto geral, sem, entretanto criar ambiência de época diferente da contemporânea.
O respeito pelas memórias da população no que diz respeito às edificações históricas impossibilitava a construção de prédios à frente das mesmas, a solução encontrada foi partir para uma implantação concentrada entre a ruína e os muros da fábrica da Nestlé.

O tríptico representado pelos retângulos da fachada demonstra a setorização interna no projeto entre áreas de entretenimento, ensino e cultura.



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